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Novo Rumo

Novo Rumo

05
Ago09

Dizem-me sempre da incompatibilidade

Cristina Ribeiro

entre as ideologias conservadora e liberal,  quando me declaro adepta de um partido que perfilhe as duas correntes. Ainda ninguém me convenceu dessa impossibilidade.

Margareth Thatcher provou, como antes o fizera Churchill, com sucesso, que esse é um caminho viável, e até recomendável.

Conservador naquilo que são os grandes valores e princípios, adaptados ao tempo presente, mas permanecentes na essência; liberal no querer um Estado que deixe espaço a que cada um cresça sem peias sufocantes, reconhecendo, porém, a necessidade de um Estado musculado.

Um caminho que, depois que foi reinstaurado em Portugal o sistema multipartidário, nunca foi experimentado; antes se insiste na receita que levou à criação do tão falado " monstro ", mas que nenhum " homem do leme " tem coragem de enfrentar, neste mar cada vez mais revolto.

Não haverá alternativa ao por demais conhecido " mais do mesmo "?

05
Ago09

Há muitos rumos

Filipe Abrantes

Outro facto que ressai do episódio das listas do PSD é o desrespeito da direcção de Manuela Ferreira Leite pelas estruturas locais. Este fenómeno caracteriza-se por, basicamente, mandar-se para cabeça de lista do distrito X um reputado militante lisboeta que nada tem a ver com a terra que irá representar. Os mais informados dirão que os deputados são “deputados da nação”. Mas enquanto não existir um círculo nacional, teremos este conflito de interesse: um deputado eleito por Faro, ou bem que põe Faro acima de qualquer interesse, ou bem que é um deputado escolhido pelo rei para governar (neste caso, representar) a colónia longínqua. Não por acaso, as elites dos partidos que temos não querem saber dos círculos uninominais: tudo o que retire poder à casta dominante é de evitar a todo o custo. É da natureza, quem tem poder não o quer perder.

 

Por isso mesmo, é tempo que as elites das respectivas regiões acordem e tomem o seu destino em mãos. Isso implica que, a norte como a sul ou nas ilhas, as elites locais pensem na criação de partidos regionalistas. E de preferência com gente desprendida face ao poder, empresários instalados e com influência, personalidades carismáticas com poder de atracção ou gente da cultura com peso. Os políticos locais e regionais (tirando Alberto João Jardim) apesar de se curvarem regularmente perante “Lisboa”, poderiam trazer os apoios do antigo partido para o novo movimento regionalista. Com uma Liga do Norte (encabeçado por um Belmiro ou um Pinto da Costa) ou um Partido da Madeira (chefiado pelo populista – no bom sentido – Alberto João Jardim), este abuso de poder das manuelas acabava.

05
Ago09

A renovação no PSD

Filipe Abrantes

Tem-se visto a algazarra que provocou a (não-)renovação dos candidatos a deputado pelo PSD. Não há caras novas, sangue novo, uma "nova energia" e gente dos blogues nem vê-los. Mas se tudo isto é verdade, não deixa de ser um pouco irrelevante. Interessante seria que estas caras novas tivessem ideias diferentes das dos velhos deputados. Ora, não têm. Na realidade, esta “renovação” só peca por não produzir efeitos de cosmética, por não revitalizar o arsenal criativo dos media, bem como o de twitteiros sarcásticos, do Inimigo Público e de blogueiros mais antigos e fartos há muito das mesmas caras. Com ou sem renovação, o PSD irá manter-se como é: social-democrata, imobilista, conservador, corporativista.

05
Ago09

Cedemo-vos as Berlengas

Elisabete Joaquim

Na caixa de comentário, um gentil socialista acabou de fazer, em nome do Grande Pai Nosso o Estado (sujeito não identificado da primeira pessoa do plural - “nós”), uma altruísta oferta a todos os liberais: «Cedemo-vos as Berlengas. Tendo em conta o vosso número, serve perfeitamente.»

 

Agradecendo antes de mais o bom gesto, em meu nome e no dos parcos “liberais” que por aí andam a contaminar o país, aproveito esta óptima oportunidade para sublinhar a diferença essencial entre o raciocínio socialista e o raciocínio liberal:

 

- o socialista dá. Dá o que não é dele é certo, mas o que interessa?, a nobreza do gesto suplanta esses pequenos pormenores do Direito tal como o ”nós” suplanta sempre os difusos “eles” que o raciocínio socialista nunca consegue ver como um concreto “tu/teu”.

 

- o liberal pensa. Pensa sobre a legitimidade do acto de dar e contextualiza-o no concreto da situação: as Berlengas pertencem ao Concelho de Peniche, o que confere outra realidade ao acto de dar um território que em rigor não pode sequer ser legitimamente dado pelo sujeito que a tal se arroga.

 

Ouvindo isto, passa pela mente do socialista, por breves segundos apenas, que existem de facto pessoas em Peniche que habitam as Berlengas. Mas o “come e cala” (e de preferência agradece depois) logo retoma o seu devido lugar e o socialista responde: os penichenses que se amanhem.

 

05
Ago09

Descubra as diferenças

Elisabete Joaquim

 

Um deles disse ontem não concordar “com o modelo de primárias, porque assim Isaltino seria presidente do PSD, com franqueza, ou a Fátima Felgueiras do PS”, afirmando com toda a ligeireza o seu repúdio por um sistema eleitoral livre, como se fosse tão evidente que as bases são uma coisa suja que nem vale a pena argumentar sobre o facto, “com franqueza”.

 

O outro não o disse claramente mas actua de modo autoritário sobre a formação de listas distritais, como se a centralização do poder no auto-proclamado núcleo decisor – a elite –, e as suas marionetas de uma só voz, não fossem sequer uma opção questionável.

 

Quanto maior o ímpeto autoritário, mais leviana (ou ausente) a explicação e fundamentação das escolhas que constroem os corredores do poder.

 

05
Ago09

CRÓNICAS CONSTITUCIONAIS (2)

Jorge Ferreira

Nos artigos 263º a 265º a Constituição prevê a existência de organizadores de moradores. É uma reminiscência dos anos de 1974 e 1975, em que o PCP e os partidos de extrema-esquerda estimularam a confusão social através das célebres comissões de moradores, autênticas comissões de perseguição à propriedade privada, exércitos, muitas vezes, de populares ao serviço da ocupação ilegal de casas. Estas organizações estão reguladas no capítulo do poder local, o que indicia que para o legislador constituinte elas se integram na estrutura de poder das autarquias. A Constituição não prevê nem regula organizações de clientes de bancos, nem de frequentadores de barcos. Não se entende que qualidade especial tem um "morador" que exija a respectiva constitucionalização! A Constituição prevê e bem o direito de associação e o Código Civil diz que se pode fazer uma associação com o fim que se pretender, desde que não seja contrário à lei. Para quem não se quiser dar à trabalheira de constituir uma associação até existe o regime jurídico das associações sem personalidade jurídica e das comissões especiais (artigo 195º e seguintes do C. C:). E acresce que para participar na vida administrativa local a lei fornece hoje aos cidadãos suficientes instrumentos, sem necessidade de organizações de moradores ou de outra coisa qualquer. E é quanto basta. Eis três artiguinhos a remover do pesado e longo romance constitucional português...

05
Ago09

I Quit

Jorge Assunção

 

Numa sociedade com demasiada protecção ao emprego, uma empresa tem enorme dificuldade em despedir alguém, mas isso também leva a que pense melhor antes de contratar quem quer que seja.  Dado isto, no que toca aos fluxos do mercado de trabalho, as empresas despedem menos, mas também contratam menos. Em parte por causa disto*, quando comparamos os Estados Unidos com Portugal, verificamos uma diferença enorme na duração do desemprego. Nos EUA, será possível ouvir um empregado dizer "I quit", indo à procura de melhor emprego. Em Portugal, tal situação é impensável, não porque não existam pessoas que tivessem vontade, mas porque sabem que chegando ao mercado de trabalho, arriscam-se a ficar vários meses desempregadas.

 

Isso explica porque, "em média, um trabalhador português mantêm-se por mais de 12 anos na mesma empresa. Nos Estados Unidos, essa média baixa para 4 anos." Na sociedade portuguesa, as pessoas não arriscam procurar um trabalho onde possam ser mais felizes, com expectável aumento da produtividade, não necessariamente porque a aversão ao risco dos portugueses é maior que noutras sociedades, mas simplesmente porque as leis laborais fazem com que o risco cá seja maior.

 

* parte da elevada duração do desemprego em Portugal também é explicada pelo incentivo ao desemprego (i.e. subsidio de desemprego), ou por barreiras à contratação (i.e. salário minimo).

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