RTP
Alguém acha, muito honestamente, que a RTP cumpre a sua missão de serviço público? Programas como o Preço Certo em Euros ou a Febre da Dança, para não ir mais longe, são exemplos que a estação deve seguir? O que faz a RTP para se diferenciar dos seus parceiros privados? O que é que a RTP oferece que não tenhamos acesso em canais por cabo? Que sentido faz mantê-la sobre a alçada do Estado?
Este é um dos muitos aspectos em que PS e PSD são iguaizinhos: na oposição agitam bandeiras contra a governamentalização da estação pública; no poder, usam e abusam do seu poder de influência.
Não é correcto que se continuem a injectar milhões de euros a fundo perdido para alimentar uma máquina que acrescenta muito pouco do ponto de vista cultural (veja-se este exemplo), e que mais não é do que a propaganda elevada ao espectáculo televisivo? Contudo, honra seja feita à Rádio pública que, apesar de tudo, consegue fazer melhor.
Não tenhamos ilusões: entre todos os partidos vão chover propostas para reformar a RTP, mas a vontade de aplicá-las será nula. Para quê? Ganhar inimigos em jornalistas, directores e agentes culturais que vivem da teta estadual? O Estado português é tão paternalista que até sabe o que é que gostamos de ver na televisão. Pensa ele que sabe...