-O Jorge/Fliscorno escreveu um post sobre greve, com o qual estou genericamente de acordo, será aliás interessante ver a confusão que vai pela caixa de comentários. Ninguém pretende contestar o direito à greve ou organização sindical dos trabalhadores, visto em Portugal como uma "conquista de Abril", curioso que em todos os países do mundo livre existam sindicatos e direito à greve, dos EUA ao Japão, Austrália, Canadá para além da totalidade dos países europeus, sem que algum desses países tenha vivido, felizmente para eles, não direi o 25 de Abril, mas o inenarrável PREC que se lhe seguiu. Mas tenho algo a acrescentar e que o Jorge/Fliscorno não escreveu, os sindicatos foram em grande parte responsáveis pela destruição do aparelho produtivo nacional e consequente empobrecimento do país. Em qualquer ponto do globo o direito à greve é utilizado como último recurso, visando melhores condições de trabalho, ora estas para existirem requerem em primeiro lugar a manutenção do posto de trabalho, apenas possível com a viabilização da empresa, nada disto aconteceu na península de Setúbal por exemplo, Lisnave, Setenave ou Quimigal, mas também na margem Norte do Tejo, Sorefame, Covina entre várias outras, infestadas por sindicalistas mais interessados em servir a agenda de determinada área política não cuidaram daqueles que seria suposto defenderem, os trabalhadores, partindo para greves absolutamente selvagens, que inviabilizaram qualquer possibilidade das empresas manterem actividade. Qual seria o armador em seu perfeito juízo que colocaria um navio num estaleiro que para um prazo de entrega de um mês, poderia demorar o dobro? Em Portugal marcaram-se greves por dá cá aquela palha, e continua a ser assim, como bem mostrou o exemplo da Groundforce, os sindicatos pretendem obter da TAP a garantia da manutenção da totalidade dos postos de trabalho, porque embora a Groundforce seja uma empresa privada, o seu capital é detido pela TAP, empresa de capitais públicos que ao longo dos anos tem vivido à custa de parasitar o bolso do contribuinte. A solução para terminar com este fartote passa obviamente por privatizar a TAP. É aliás curioso ouvir determinado partido político defender a nacionalização da Banca, EDP e GALP, o objectivo subjacente todos o percebemos, é pagar o défice com os lucros dessas empresas, mas alguém dúvida que o resultado seria voltarmos ao tempo das greves nos Bancos, electricidade fornecida com cortes ou postos de abastecimento encerrados? E mesmo os lucros que agora são obtidos com uma gestão racional, desapareceriam em menos de um fósforo. O socialismo persegue a igualdade, mas nunca conseguiu melhor que tornar todos pobres, excepto uma casta de funcionários, sempre foi assim em todos os lugares onde os povos tiveram a infelicidade de experimentar acreditar nos amanhãs que cantam, mas nunca alguém ouviu. No Portugal de hoje os sindicatos perderam o imenso poder que detinham à medida que o país se foi desenvolvendo, com excepção dos que representam funcionários públicos e empresas detidas pelo Estado, porque será? Talvez por saberem que da sua irresponsabilidade não resultará qualquer encerramento ou perda do posto de trabalho, o contribuinte continuará de bolso aberto a financiar tropelias, em grande parte para fins partidários. Ah! E tal como o Jorge/Fliscorno, também nunca fiz greve.