Declaração de voto
-Ao longo dos anos adquiri o hábito de votar PSD, mesmo sem grande convicção, pelo menos desde 1991, à excepção de 2002, entusiasmado pela promessa do choque fiscal, o que me levou a deixar de votar no PSD até hoje, devido ao seu incumprimento. Farto de socialismo, tinha prometido a mim mesmo terminar a birra voltar a colocar a cruzinha no lugar habitual, mas Paulo Rangel na campanha das eleições europeias afirmou-se europeísta convicto, sendo eu céptico em matéria de integração europeia, contrário à normalização burocrática que descaracteriza a identidade nacional, farto de regras e regulamentos que servem de base ao fundamentalismo da ASAE, fui obrigado a procurar outras paragens. Após a vitória nas eleições europeias o PSD mostrou ser possível derrotar o PS nas urnas, e naturalmente teria o meu contributo. Mas eis que surgem as famigeradas listas de candidatos, a exclusão de Pedro Passos Coelho e Miguel Relvas, a par da inclusão de António Preto e Helena Lopes da Costa, representam um obstáculo intransponível à minha consciência, e mais uma vez ficará adiado o voto neste partido. Não quero no entanto perder de vista um objectivo que me parece demasiado importante para o país, é fundamental derrotar José Sócrates, razão pela qual entendo que o meu voto deverá ter utilidade. Estou recenseado no Distrito de Setúbal, onde apenas os partidos com representação parlamentar podem aspirar a eleger deputados, circunstância que justifica o meu voto no CDS/PP. Faço votos para que mais partidos consigam eleger deputados, pulverizando o nosso sistema político, que o PS perca no mínimo a maioria absoluta, de preferência que até perca mesmo a eleição. Escolhi hoje Sábado para escrever a minha declaração de voto, por ser dia de reflexão, uma bizarria inútil, mas por enquanto e felizmente, os blogues ainda estão fora da alçada da ERC, CNE ou qualquer outra entidade.