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Novo Rumo

Novo Rumo

16
Ago09

Nas nossas barbas

Elisabete Joaquim

No blogue Jamais, as querelas internas (entre “inimigos figadais”, como assume José Pacheco Pereira), e sub-internas (com o PS, na figura do blogue Simplex), pelo poder continuam.

 

A lógica de ataques/preferências pessoais em detrimento de argumentação ou razões teóricas tocou o seu máximo expoente neste texto em que um comentador do Jamais “comenta” um texto do Simplex não com contra-argumentos, mas sim com aquele que será talvez o maior golpe sujo a que se pode recorrer na política: denegrir a família (não a família política, a família real) de quem escreve, para depois inseri-lo no saco dessa raça desprezível que por nascimento não merece sequer debate.

 

O que é mais preocupante aqui nem é tanto que PS e PSD estejam com isto a esfregar nas nossas barbas que a luta que encetam pelo poder é para o poder, e que nessa luta não se valem de argumentos porque isso significaria que estamos a falar de uma luta política ou teórica, mas não estamos. O que se passa nos blogues dos partidos da chamada força política central é em grande parte uma recriação daquilo que acontece quotidianamente na AR: 90% discurso de guerrilha e insultos pessoais e muito poucas energias gastas na discussão de problemas exteriores, isto é, Portugal. E pelo tom que a coisa toma, tanto na AR como nos blogues, seríamos levados a crer que os nossos políticos se orgulham dessa fibra guerrilheira, como se as suas pequenas querelas interessassem aos cidadãos, fartos do autismo bélico dos seus políticos.

 

Mas o que mais preocupa é que golpes como aquele que está em causa sejam usados com tal leviandade, e que o debate político tenha chegado a este ponto em que a redução da política aos pessoalismos se tenha tornado recorrente e inócua (o que se confirma por muitas das reacções pós-post). Chegámos a um ponto em que o discurso acéfalo e amoral é sem dificuldade caracterizado de “político”.

 

Portugal pode ter muitos problemas estruturais politicamente falando, derivados da ditadura, da revolução, da Constituição, da própria matriz do sistema, mas o maior problema da política portuguesa deve-se  à sua falta de cultura Ética.

 

5 comentários

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    Elisabete Joaquim 17.08.2009

    É claro que há excepções, mas o tom geral de guerrilha vazia sem alicerces teóricos está amplamente presente, em vários post e autores. Obviamente não os ia referir a todos para marcar o meu ponto de vista, escolhi o exemplo que me parece mais flagrante, mas havia muitos outros que elevam ao ridículo a noção de lavagem de roupa suja em pública.
  • Sem imagem de perfil

    José Barros 18.08.2009

    mas havia muitos outros que elevam ao ridículo a noção de lavagem de roupa suja em pública. - Elisabete Joaquim

    Há bastantes desse género, concedo.

    Mas também há estes de Maria João Marques:

    http://jamais.blogs.sapo.pt/76215.html

    http://jamais.blogs.sapo.pt/69807.html

    Ou estes de JPP:

    http://jamais.blogs.sapo.pt/87448.html

    http://jamais.blogs.sapo.pt/87752.html

    http://jamais.blogs.sapo.pt/87951.html

    Só para citar posts do Jamais, sendo que quem for leitor do Simplex também encotrará boa discussão política nesse blogue. E o ponto é esse: demonizar a discussão política porque, por vezes se transgride a boa educação e o bom gosto, é a melhor maneira de destrui-la, substituindo-a por nada, porque nada há para substitui-la. Particularmente, não gostei da troca de insultos, nem gosto do baixo nível da discussão sempre que se pessoaliza os temas. Mas é importante discutir a corrupção, por exemplo, e engane-se quem ache que isso acontecerá com falinhas mansas ou sem que se gere um tumulto. Talvez o país precise disso mesmo.
  • Imagem de perfil

    Elisabete Joaquim 18.08.2009

    «Talvez o país precise disso mesmo.»

    Tenho de discordar, o país não precisa de mais querelas vazias (com base em insultos pessoais), o país precisa de debate.

    E ao alertar para o mau contributo que essas atitudes dão (o autor do post em questão no jamais decidiu agora sair) não pretende destruir o debate mas sim pelo contrário recentrá-lo naquilo que importa.

    Espero que os autores dos dois blogues (atrevo-me a dizer sobretudo do Jamais) percebam rapidamente que esse tipo de atitude tem um impacto muito negativo na opinião dos leitores, e que prejudicam o esforço sério que outros colegas de blogue estão a fazer.
  • Sem imagem de perfil

    Anónimo 18.08.2009

    Tenho de discordar, o país não precisa de mais querelas vazias (com base em insultos pessoais), o país precisa de debate. - Elisabete Joaquim

    O meu ponto é que a Elisabete não conseguirá ver um debate sobre temas como a corrupção e a falta de tranpaerência na gestão de dinheiros públicos sem que fatalmente a mesma se torne violenta e azeda.

    Acaso algum dos posts de JPP no Jamais não são de discussão política pura? O problema é que precisamente porque o são, haverá sempre alguém que se considerará vítima de acusações e reagirá de forma ainda mais violenta, como se comprovará pela leitura dos comentários de resposta no Simplex. Ou seja, não há maneira de haver discussão pacífica sobre o tema. E a alternativa à discussão acesa é a não discussão. O que me parece bem pior, porque significa varrer problemas graves da democracia para debaixo do tapete...
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