Elevado desemprego? Crescimento económico paupérrimo? Não foi culpa do actual governo. A culpa foi da crise internacional. Que nunca, durante a actual legislatura, a taxa de desemprego tenha sido inferior à existente quando o governo tomou posse, pouco importa. Que as previsões futuras para o crescimento económico nacional, num eventual cenário pós-crise, apontem para manutenção de desemprego elevado e continuação das taxas de crescimento diminutas, não é motivo para preocupação, afinal, essas instituições já erraram e podem voltar a errar. Que nos indicadores de competitividade internacional, destacados no programa eleitoral que serviu de base ao actual governo, tenhamos caído a pique, é um faits-divers. Que, já em 2008, o governo tenha sido obrigado a recorrer a receitas extraordinárias para manter o défice abaixo dos 3% e que em 2009 o défice vá disparar de tal forma que o país bem pode voltar ao discurso da tanga num futuro não tão distante quanto isso, é assunto a ignorar. O endividamento é um mito e o TGV é o caminho do progresso e da modernidade. Que a minha geração, em inicio de carreira, tenha como perspectiva não alcançar o nível de vida dos seus pais, é conversa de velho do Restelo.
Tudo correu bem, o que correu mal não é culpa nossa e se em alguma coisinha a culpa foi nossa, já mudamos para melhor. Avançar Portugal.