Resultados eleitorais
-Totais nacionais, por Distrito, Concelho ou Freguesia, podem ser vistos aqui.
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-Totais nacionais, por Distrito, Concelho ou Freguesia, podem ser vistos aqui.
-O partidos à esquerda do PS foram lestos a cantar vitória, para eles o resultado é simples, os eleitores penalizaram o Partido Socialista por atraiçoar sistematicamente os votantes de esquerda, governando depois com políticas de Direita. Tal argumento para além de ridículo, a ser verdadeiro não se compreenderia porque razão os portugueses sociologicamente de esquerda na sua maioria, continuam a votar no PS, é falso porque o país não resvalou à esquerda, como algumas vozes nos pretendem fazer acreditar. A tal maioria de esquerda várias vezes evocada por BE e PCP, que era de 3370308 votos em 2005, com 142 deputados, baixou para 3071948 votos e 127 deputados. Por seu lado os partidos de Direita que tinham 2054845 e 84 deputados, subiram para 2238161 votos e 99 deputados. O país está hoje um pouco menos inclinado à esquerda, ainda assim demasiado para que se possa desenvolver, o chamado centrão recuou claramente, mas calculo que não será exactamente esta a leitura de resultados que vamos assistir ao longo do dia.
eis que a constipação bate à porta. Leio como mau prenúncio para o país.
-Ao longo dos anos adquiri o hábito de votar PSD, mesmo sem grande convicção, pelo menos desde 1991, à excepção de 2002, entusiasmado pela promessa do choque fiscal, o que me levou a deixar de votar no PSD até hoje, devido ao seu incumprimento. Farto de socialismo, tinha prometido a mim mesmo terminar a birra voltar a colocar a cruzinha no lugar habitual, mas Paulo Rangel na campanha das eleições europeias afirmou-se europeísta convicto, sendo eu céptico em matéria de integração europeia, contrário à normalização burocrática que descaracteriza a identidade nacional, farto de regras e regulamentos que servem de base ao fundamentalismo da ASAE, fui obrigado a procurar outras paragens. Após a vitória nas eleições europeias o PSD mostrou ser possível derrotar o PS nas urnas, e naturalmente teria o meu contributo. Mas eis que surgem as famigeradas listas de candidatos, a exclusão de Pedro Passos Coelho e Miguel Relvas, a par da inclusão de António Preto e Helena Lopes da Costa, representam um obstáculo intransponível à minha consciência, e mais uma vez ficará adiado o voto neste partido. Não quero no entanto perder de vista um objectivo que me parece demasiado importante para o país, é fundamental derrotar José Sócrates, razão pela qual entendo que o meu voto deverá ter utilidade. Estou recenseado no Distrito de Setúbal, onde apenas os partidos com representação parlamentar podem aspirar a eleger deputados, circunstância que justifica o meu voto no CDS/PP. Faço votos para que mais partidos consigam eleger deputados, pulverizando o nosso sistema político, que o PS perca no mínimo a maioria absoluta, de preferência que até perca mesmo a eleição. Escolhi hoje Sábado para escrever a minha declaração de voto, por ser dia de reflexão, uma bizarria inútil, mas por enquanto e felizmente, os blogues ainda estão fora da alçada da ERC, CNE ou qualquer outra entidade.
Olhando para as últimas sondagens em que o PS luta para ganhar ao PSD por alguns votos, é previsível que o mapa rosa dê lugar a um multicolorido puzzle. Aparentemente, uma multidão que em 2005 mandatou o actual governo já não confia o suficiente para repetir o acto. Porquê? A justiça não foi mexida. A educação está em pantanas. As contas públicas apresentam os piores indicadores das últimas décadas. A maior mudança da saúde foi o fecho de serviços. O estado está ainda mais presente na vida de cada um. A carga fiscal aumentou. Para que serviu então a maioria absoluta do PS? Para destruir o enorme capital de esperança que os portugueses haviam depositado num governo.
imagens copiadas daqui
-Uma desilusão o debate entre José Sócrates e Manuela Ferreira Leite, tenho dúvidas que alguém tenha ficado hoje convencido a votar num destes candidatos a primeiro-ministro, para lá dos apoiantes que já estavam convencidos, cada um reclamando vitória sobre o adversário. Os vencedores terão mesmo sido os ausentes Paulo Portas, Jerónimo de Sousa e Francisco Louçã, que estarão mais à vontade para rebater o drama do apelo ao voto útil, que está a ser utilizado pelos principais partidos, de forma mais acentuada pelo PS.
-Totalmente descredibilizadas após as eleições europeias, as sondagens são hoje olhadas com desconfiança, não ficando livres até de suspeitas de manipulação. A Universidade Católica divulga hoje um estudo que coloca PS e PSD tecnicamente empatados, com ligeira vantagem para os socialistas, BE no terceiro lugar, à frente da CDU, CDS/PP normalmente subavaliado, em 5º lugar com 6%. Vale o que vale, nesta altura pouco mais que zero, não me levem a mal os autores destes estudos, mas são eles quem tem agora de provar serem merecedores da nossa confiança. Fica a curiosidade e pouco mais.
Em resposta ao anterior post da Cristina, tenho pensado muito no assunto. Sem sequer mencionar os problemas nacionais da "grande política", hoje sinto com mais acuidade os da cidade onde vivo há tanto tempo. Não consigo separar os partidos que concorrem às parlamentares, do péssimo serviço que têm prestado nas autarquias, neste caso, a de Lisboa.
Ainda não ouvi Costa ou Santana apresentarem ao eleitorado qualquer promessa política que vá no sentido de preservar arquitectonicamente a cidade de Lisboa, ou pelo menos, de liquidarem a desastrosa política de benefício de um terciário inútil e tentacular. Nada! Ainda há semanas disse exactamente o mesmo ao Pedro Quartim Graça do MPT, que pela sua presença na lista santanista, pode atenuar o descalabro que já se adivinha. Precisamos de resolver alguns ditos pequenos problemas catalogados como sectoriais e se lerem com atenção o programa que foca o interesse pelo ambiente e crescimento sustentável, terão uma surpresa. Não dependendo de betões, cash-flows e outras manigâncias do costume, diz a verdade que é necessária na prática quotidiana. No sistema que ainda vivemos, ninguém se descompromete dos conluios com o lucro a auferir dos negócios betonistas e financeiros. Limitam-se a firmar posições e garantir as mordomias velhas de décadas. Basta.
Sinceramente, a conversa de fast-food dos debates entre "lideres nacionais", pouco importam, dada a situação a que chegámos. Se os resultados eleitorais ditarem uma caótica situação de ingovernabilidade, talvez seja isto uma forma de iniciarmos um novo rumo, reorganizando o mapa político e adoptando as medidas necessárias para salvar o país.
O voto dito útil, consiste num descarado insulto à inteligência, ou pior ainda, uma forma de permanente chantagem agiota, obrigando-nos à humilhação do pretenso "mal-menor". Eles não se comprometem e eu também não. Não darei o meu voto aos "5 grandes". Está decidido.
No dia 27 de Setembro, confesso, espero e desejo que o laranja se sobreponha ao rosa (especialmente porque algumas opções governativas que uma vitória rosa, mesmo que sem maioria, pode originar são extremamente preocupantes), mas cada vez tenho menos dúvidas que é para um bloco central que caminhamos. Contudo, se pudesse escolher, jogando com os partidos e as opções mais viáveis em jogo, a minha primeira opção seria uma maioria absoluta do PSD. O second best era uma coligação PSD + CDS. E em terceiro lugar uma coligação PS + CDS. O surgimento do bloco central como a solução mais viável, uma alternativa que, para mim, também ajuda a explicar o programa prudente do PSD (que, poderia ter sido escrito, pelo labour inglês ou pelos sociais democratas alemães), terá um efeito profundamente nefasto. O próximo governo terá de governar em clima hostil, com a situação social do país a deteriorar-se, com uma taxa de desemprego que não baixará tão depressa e com um quadro de previsões para o crescimento económico durante a legislatura assustador. Imaginem esta situação: quatro anos de bloco central com o nível de vida a descer de forma notória. O que esperam que aconteça à linha preta no gráfico que representa o BE?
(gráfico via: margens de erro)
Mário Crespo põe o dedo na ferida.
«Ao pedir a um cunhado médico que lhe engessasse o braço antes de uma prova judicial de caligrafia que o poderia incriminar, António Preto mostrou ter um nervo raro. Com este impressionante número, Preto definiu-se como homem e como político. Ao tentar impô-lo ao país como parlamentar da República, Manuela Ferreira Leite define-se como política e como cidadã.» Mário Crespo, no JN: Os comediantes, 2009-08-10
Como o eleitor não pode votar em deputados individualmente nem tem voto na constituição das listas que os partidos apresentarão a votos, a questão é mesmo esta: vai votar neste candidato a deputado?
(também no Fliscorno)
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