a fechar o período eleitoral
As pessoas têm tanto medo de retaliações que, ao pôr a cruzinha, não arriscaram e votaram PS.
É o resumo efectivo da campanha.
Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]
As pessoas têm tanto medo de retaliações que, ao pôr a cruzinha, não arriscaram e votaram PS.
É o resumo efectivo da campanha.
No fundo há uma guerra civil em Portugal. A história dos sobreiros conservadores nas ultimas eleições são uma brincadeira para o que se anda a passar agora.
Aliás, acho que começo a dar razão a MFL quando fala da asfixia democrática. Apetece dizer que "ela lá saberá do que fala". Porque admitindo que um partido despede jornalistas, o outro usa-os para uma campanha do mais baixo nível que há memória. É que ela é parte deste sistema.
A guerra que começou com o Freeport/SLN já está demasiadamente descontrolada para manter a regra de ética de não se discutir abertamente em campanha estes assuntos. Foi um gesto nobre de todos os políticos (excepção à roubalheira de Vital Moreira, obviamente).
A guerra civil de influências já não pode ser contida. E é uma pena porque, se não fossem estes podres, a campanha eleitoral até estaria interessante e construtiva. Esta história de notícias encomendadas e directores do (ex-sagrado) Público a editarem mentiras é algo que nunca imaginaria possível de acontecer. Até pela imbecilidade e primarismo que manifestam. De tal forma que também achei que era "um disparate de Verão".
Cavaco Silva tem de se explicar -- sem deixar dúvidas -- porque, e digo mais com a emoção do que com a razão, ainda vai sendo o último reduto de credibilidade.
É preferível um presidente fraco e ingénuo que não controla o seu staff do que um presidente falso e mesquinho que alinha nestas estratégias tão imbecis quanto obscenas.
Foi um bom Governo (2), Por André Abrantes Amaral
Impostos elevados representam um outro problema além de entregarmos uma parte do nosso salário para o Estado: privam-nos de soluções. (...) Se temos menos dinheiro disponível para irmos aos médicos que queremos e colocarmos os filhos nas escolas que escolhemos, prepararmos a nossa reforma como desejarmos melhor, o Estado também fica sem muita saída.
Com impostos altos o Estado fica impossibilitado de receber mais receitas. As escolas públicas ficarão piores, os hospitais não melhoram, as listas de espera para os cuidados médicos aumentam, as pensões de reforma descem e os governos futuros ficam impotentes para agir. Para fazer o que quer que seja.
- o POUS quer acabar com o desemprego
- o MEP quer que as pessoas sejam felizes
- o PND quer círculos uninominais
- o MMS quer acabar com a corrupção
- o PNR está contra o politicamente correcto e a insegurança, cuja raiz
está nos imigrantes
- o PTP quer jornalistas nos tribunais a fiscalizar os tempos de espera
dos processos e que as crianças tenham cuidado com a internet mas antes
passem o tempo a fazer contas em casa.
- o PPM quer valorizar a pessoa humana e um choque fiscal
- o FEH defende a aproximação da política às pessoas, incluindo uma
espécie de regicídio
- o MPV quer voltar a proibir o aborto
Há muita coisa que se pode nacionalizar. Não sabia era que o futebol era uma delas.
Suspeita-se que os estrategas do PS estejam neste preciso momento a procurar no programa do PSD palavras como "bola", "árbitro", "onze" ou "chuteiras". Se não encontrarem nada, suspeita-se que irão suspeitar que o PSD quer privatizar o futebol.
Vi o debate apenas ontem à noite e tenho de confessar que há menos um indeciso no eleitorado. Não sou eu.
Por pontos, por nenhuma ordem em especial e tentando ser o mais imparcial possível:
- É abissal a diferença de postura entre José Sócrates (JS) e Manuela Ferreira Leite (MFL): uma é estadista, outro acorda a pensar em "medidinhas"; uma discute política de alto nível, outro distribui rebuçados; muito pessoalmente, um é apoucado porque até chega a dar a sensação de que nem percebe aquilo que diz, outra é excessivamente confiante.
- a saída do "orfão" de MFL roça o mau gosto; mas ficou-lhe bem pela espontaneidade e despreocupação com que diz estas coisas. MFL não quer agradar a ninguém; JS só quer agradar.
- JS vinha preparado para discutir o programa do PSD. MFL vinha preparada para responder às perguntas. Deu a sensação de que não se preparou como se achasse (como disse ao principio) que a sua vida politica, profissional e pessoal foi um treino para o que aí vem.
- Curiosamente, e não tinha pensado nisto até ler este post do Rodrigo Adão da Fonseca no Jamais, o programa do PSD está a ser dos mais analisados; já o do PS, à excepção da ridícula medida dos 200eur por bebé e os TGVs, ninguem sabe muito bem o que lá anda. No fundo é perigoso, e os outros partidos, particularmente o PSD, deveriam fazer este trabalho.
- A resposta à questão da dupla candidatura de Alberto João Jardim convenceu-me. De facto, quem dali sair primeiro ministro, não irá ocupar um lugar de deputado. Já a questão de António Preto continua a ser uma pedra no sapato.
- Muito francamente, não consigo ver MFL a fazer melhor na Educação. Aliás, imgino-a altiva e arrogante, estoicamente ignorando tudo e todos e com guerra civil à porta. Pior: MFL cultiva esta ideia de não ceder à opinião pública até ao limite do irrazoável.
- Sócrates atacou, atacou, atacou; MFL não defendeu, limitou-se a responder às perguntas e a esclarecer com a calma de quem não tem nada a esconder. Diria mesmo: com a calma de de quem vê em JS (no mínimo) um neto que não sabe o que diz nem o que faz.
- A questão, logo à partida do "nós não combinamos falar disso" (ou coisa assim) teve muita piada.
- Desmistificou-se a privatização do SNS (em certa medida) e outras inverdades. Curiosamente, MFL teve uma saída com a qual concordo: a estratégia do PS parece ser a de criar FUD (Fear, Uncertanty and Doubt). Qualquer coisa como "Tenham medo, muito medo, desta direita que quer destruir o Estado Social e privatizar até as pedras da calçada."
- Quanto à questão das mudanças de opinião de MFL, há dois aspectos. Efectivamente, MFL mudou de opinião e explicou que contextos diferentes exigem medidas diferentes. É verdade, embora tenha soado a frágil. Em segundo lugar, tive a clara sensação de que MFL iria dizer, a qualquer momento, que não se respnsabilizava pelo governo de Durão Barroso. Quase o fez, quando disse que "eu nunca fui primeira-ministra".
- Já a questão dos espanhois e do TGV foi uma surpresa para todos. A julgar pelas reacções do outro lado da fronteira, a carapuça serviu. Já quanto às portagens nas SCUTs, a explicação de que agora não adianta nada não encheu.
- De forma geral, pareceu-me ter sido o confronto entre uma máquina eleitoral e a espontaneidade. De um lado, uma senhora que tanto se lhe dá como se lhe deu ser eleita; do outro, o desespero de alguém que vive de votos e se alimenta de poder.
Sim, isto é o mais imparcial que consigo ser.
Para Carlos Santos, no Simplex, as políticas de Finanças públicas de Manuela Ferreira Leite, defendendo a redução da despesa, têm as seguintes consequências:
1. Falências em série de PMEs porque deixam de ter o Estado como cliente.
2. Despedimentos massivos na função pública.
3. Destruição total do Estado Social.
Estarão os meus olhos a ver um José Sócrates a dar uma tareia que mete dó a Francisco Louçã... no campo da demagog..., perdão, das medidas sociais?
aditamento:
Nem tanto, mas quer-me parecer que o BE acabou de perder o segundo dígito.
Teoria Simplex das luvas inglesas:
O próprio José Sócrates criou o rumor de haver confirmação das luvas, por parte da polícia inglesa, para assim poder acusar Paulo Rangel de ter usado as suas recentemente adquiridas influências europeias de querer difamar José Sócrates.
Ao que o PSD acrescentou "Só o PS é que ganha com este caso."
É que é mais ou menos assim que o Simplex anda a explicar o cancelamento do Jornal Nacional.
Só ficava bem a MFL uma espécie de pedido de desculpas do género "Olhem, nem reparei que o carro era do Estado."
É que, das duas uma: ou foi mesmo assim e até se dá um desconto, ou então não foi e MFL começa a parecer uma espécie de pequena ditadora que nem se digna a comentar estes assuntos, de tão acima da política a sua mente se encontra.
Espero bem que esta segunta hipótese não seja a explicação. É que ela até é compatível com a ideia de a Madeira ser um "bastião da democracia"...
A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.