" para crescer o CDS/PP não pode nem deve ceder à tentação do poder, mas apenas estar aberto a negociar medidas concretas, sem perder de vista as promessas eleitorais, de contrário voltará aos tempos do táxi "; escreveu António de Almeida na caixa de comentários do Estado Sentido - ora a alusão a esta abertura, realista que ela é,parece-me muito distante daquele " sujar de mãos ", que tanto vaticinaram ontem, aqui mesmo na blogosfera, como nódoa inevitável. Manter-se fiel ao tal " caderno de encargos ", tentando influenciar sempre que possa um socialismo serôdio a que ainda estamos condenados, parece-me tarefa de aplaudir, desde que não haja desvios , em nome de fins inconfessáveis, até porque, como diz a Luísa, na mesma caixa, " Tem agora a hipótese de se tornar o líder da oposição de «direita» e de crescer muitíssimo, perante o saco de gatos que é o PSD ".
Só podia ser, pois de contentamento a reacção à declaração do líder do mesmo CDS, na sequência, aliás, das declarações de Diogo Feio e Ribeiro e Castro, de que "Continuaremos a ser a melhor oposição ao governo socialista", disse, mas uma "oposição firme e responsável, que tem como único critério de avaliação o programa que foi sufragado e a fidelidade ao nosso caderno encargos". O caminho de actuação ficou traçado: "proporemos todas e cada medida nosso programa, e avaliaremos a resposta dos outros. Quanto às propostas dos outros, avaliaremos em função do nosso caderno encargos". Antes, já Portas tinha avisado que a "arrogância" de Sócrates "terá de dar lugar ao espírito de compromisso e à cultura de negociação" tudo em prol de que " em Portugal haja, como em toda a Europa, um grande partido não-socialista, directo, frontal e corajoso".
* Ler Ricardo Arroja, no Portugal Contemporâneo