-Sobre o essencial que despoletou toda esta polémica à volta das alegadas escutas, ficámos a saber que tudo não passou de espuma, como já desconfiávamos não existiram, é a conclusão a retirar da declaração do Presidente da República aos portugueses. Ficou no entanto por esclarecer se existiu invenção jornalística por parte do PÚBLICO ou uma tentativa de manipulação por parte do Fernando Lima, certo é que alguém mentiu. Tal não invalida o facto do PS ter procurado envolver o nome de Cavaco Silva na luta política, questionando o nome de uma assessora presidencial no site oficial do PSD, facto que este partido poderia e deveria ter resolvido de imediato, mal vai quem aspira a formar governo e não consegue rebater declarações de Vitalino Canas e José Junqueiro, mas o PSD tem hoje uma direcção totalmente incapaz e ineficiente. Para cúmulo andaram entretidos com conspirativas teorias de asfixia democrática a par da ameaça espanhola, esquecendo os problemas económicos do país, precisamente a discussão que o PS pretendia evitar. Qualquer possibilidade de cooperação estratégica terminou aqui, mas não subscrevo de forma alguma a teoria que por aí circula em meios próximos do Primeiro-Ministro, que o P.R. se prepara para não indigitar José Sócrates na chefia do novo governo. Será sim um ano de costas voltadas, onde muita coisa poderá acontecer, do Freeport ao BPN, com a crise económica em pano de fundo, o próprio PSD com questões internas por resolver, de forma que ninguém conseguirá prever o futuro, da duração da legislatura à recandidatura presidencial de Cavaco Silva, tudo permanece uma incógnita.