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Novo Rumo

Novo Rumo

23
Out09

VAI HAVER MAIS, COM TODA A CERTEZA

Jorge Ferreira

Foi para mim um privilégio poder ter participado no Novo Rumo, cujo convite verdadeiramente me supreendeu e motivou. O momento era irresistível. Razões pessoais impediram-me a assiduidade e a polémica. Frustração: projectei publicar um conjunto de Crónicas Constitucionais como contributo modesto para fazer alguma discussão pública sobre um assunto da maior relevancia colectiva, que os partidos do fast food socratiano e do desértico ferreiraleitismo, com acólitos decorativos arrastados pelos fundilhos das calças quiseram evitar como o Diabo foge da cruz (não sei se Saramago autoriza esta parte...). Mas nem isso consegui. Mas vai haver mais eleições com toda a certeza. Não sei que destino os companheiros desta aventura estão a pensar dar a este Rumo bem saudável e agradável que aqui vivemos uns mesitos. Eu, para já, é que não posso continuar a fingir que estou porque sei que não vou poder estar. Obrigado a todos, a começar pelos nobres leitores e até sempre. Afinal, ansamos sempre todos um pouco por aí, não é assim?...

02
Out09

UM DESALTINANÇO

Jorge Ferreira

Isaltino Morais voltaria a vencer as eleições, segundo uma sondagem do Expresso, com valores projectados entre os 39% e os 43,2%, próximo da maioria absoluta. Convenhamos: não é vergonha maior eleger Isaltino, condenado a sete anos de prisão em primeira instância, do que eleger tantos outros que há por aí, que os tribunais não conseguiram julgar ou não conseguiram condenar. O eleitorado não é propriamente uma escola de valores. Há quem pense que os portugueses mais do que condenarem a corrupção, invejam quem consegue lá pôr as mãos. Nada de novo. Mas tem que se dizer que o PSD, que escolheu uma irrelevancia política e o PS, que escolhe sempre um excelente candidato para perder com Isaltino, são uma grande ajuda do homem.

 

(publicado no Tomar Partido)

02
Out09

NOTAS DE REGIME

Jorge Ferreira

1. O maior partido português tem actualmente 3.678.536 militantes e é incapaz de gerar uma solução de Governo. É o Partido da Abstenção. Portugal será, assim, governado pelo segundo maior partido, o PS, que representa actualmente 21,75% dos eleitores recenseados. Este resultado significa, deveriam todos os partidos e instituições políticas da República assumirem-no, uma pesada derrota da democracia. Duvido que o façam. O Partido da Abstenção não tem porta-voz nem vai à televisão. Muito menos é susceptível de ser convidado para a novíssima liturgia dos Gato Fedorento. Não existe, portanto. Cá vamos, pois, votando e rindo.

 

2. Finalmente Cavaco Silva falou ao país. O Presidente não se dá nada bem com as comunicações das 20 horas para os telejornais. Já com o problema dos Açores, tendo razão na substância, não acertou no método. Voltou a acontecer. O que mais enerva em Cavaco Silva é que se fica sempre com a sensação de que ele não diz tudo o que tem para dizer. Se não pode dizer tudo o que tem para dizer é porque está refém de alguma coisa. Do que será? O certo é que quanto mais fala mais permite a José Sócrates fazer figura de estadista. Suprema ironia.

 

3. Quanto à questão de fundo, o que há a dizer é que nenhuma democracia saudável pode viver em estado de suspeição permanente sobre a segurança e a privacidade das comunicações, sejam elas electrónicas, telefónicas ou postais. Mas é nesse estado que vivemos, aparentemente para sossego das esquerdas, outrora tão reactivas a tudo quanto fosse suspeita de violação de direitos fundamentais dos cidadãos e hoje tão domesticadas. E este estado de suspeição não se resolve com mezinhas nem com jogos de sombras. Ele resulta de um sistema que está em vigor e que foi construído pelo PS, pelo PSD e pelo CDS, relativamente ao modelo de serviços de informações, sua orgânica e funcionamento. Nunca, como desde que José Sócrates chegou ao poder este tema tem estado tão presente na agenda política… por que será? Ah, sim, as campanhas negras, claro…

 

4. Soube-se também esta semana que o Ministério Público decidiu fazer buscas a quatro escritórios de advogados, ao que se diz, à procura de um contrato do … Estado! Três anos depois, o Ministério Público decidiu que é importante ler um contrato do Estado de compra de submarinos. Três anos. E decide procurar esse contrato nos escritórios dos advogados? É estranho. É suposto haver arquivos nos ministérios. Terá procurado no Estado e o contrato desapareceu das prateleiras do Estado? Alguém o levou para casa (não era a primeira vez que desapareciam documentos de Estado dos ministérios para casa de ministros…)? Se não fosse grave seria cómico. Por vezes temos a sensação que alguém anda a brincar com assuntos sérios. A brincar demais. Simultaneamente, a Associação Sindical dos Juízes declarou publicamente a sua perda de confiança no Conselho Superior de Magistratura. Na Justiça, isto é mais ou menos a mesma coisa que o conflito aberto entre Cavaco e Sócrates. Mas a Justiça no fundo reflecte o estado de degradação geral em que as instituições se encontram.

 

5. Não admira, por tudo, que o Partido vencedor das eleições tenha crescido tanto.

 

(publicado na edição de hoje do Semanário)

02
Out09

NOVO PODER AUTÁRQUICO: PRECISA-SE!

Jorge Ferreira

No dia 11 de Outubro encerra-se o exigente ciclo eleitoral de 2009. O país poderá finalmente descansar de tempos de antena, de outdoors, de promessas. Depois das eleições para o Parlamento Europeu de Junho e das eleições para a Assembleia da República de Setembro, realizam-se agora as eleições autárquicas.

 

O momento político do país não é dos mais propícios para o debate de fundo e a reflexão séria sobre o funcionamento dos mecanismos institucionais da democracia. A situação pantanosa em que mergulhou a política portuguesa, agravada nos últimos dias pelos resultados das eleições legislativas e pelo conflito aberto entre Cavaco Silva e José Sócrates, não deixa espaço para esse tipo de debate político e, sabe-se bem, as campanhas eleitorais servem para tudo menos para discutir ideias. Elas são hoje o terreno privilegiado das agências de comunicação, dos golpes baixos, das discussões sobre os estilos, e, desgraçadamente da exibição das mediocridades em exercício por esse país fora.

 

Nos mecanismos institucionais da democracia, assumem particular relevância as autarquias locais. E o país precisa de fazer esse debate sobre o futuro das autarquias e o que podem e devem os cidadãos esperar delas. O actual modelo de gestão autárquica está desacreditado e esgotado e a saúde da democracia exige uma reforma das autarquias e dos seus modos de funcionamento.

 

A campanha em curso promete, aliás, reforçar a caricatura em vez de criar confiança. A tendência é para fazer anedotário do detalhe pitoresco em detrimento da discussão política genuína. O país goza com as rotundas ao domicílio, que, em delírio arquitectónico já vi alguns considerar como património cultural, ri-se do ridículo de alguns cartazes, enoja-se com a promiscuidade dos autarcas com os empreiteiros e fica sem reacção perante a boçalidade dos mecanismos da compra de votos à brasileira, como por exemplo a oferta de bilhetes para ver o Tony Carreira, assim promovido a digno sucessor dos antiquados e ora caídos em desgraça electrodomésticos.

 

O projecto autárquico fundador da democracia portuguesa já cumpriu, aliás, com relativo mas indiscutível sucesso os seus objectivos iniciais e necessita agora de um novo rumo, de novos objectivos e de uma nova estratégia, o que, evidentemente exige uma nova forma de organização institucional e política.

Nestes trinta e cinco anos de vida “os autarcas afirmaram-se como contratadores de empreiteiros porque o poder central assim o quis. Sem autonomia fiscal ou financeira, sem competências substantivas em áreas como a educação ou a justiça, o seu mandato concentrou-se na construção de infra-estruturas e de equipamentos. O seu sucesso nesta empreitada foi inequívoco: depois de 1976, o saneamento básico, os arruamentos e a electrificação avançaram a um ritmo impressionante, fazendo com que muitos encarassem o poder local como a melhor conquista do 25 de Abril. Com o crescimento económico, a lógica do betão acabaria também por ser aplicada para a obtenção de mais fundos próprios. As licenças de construção tornaram-se a mina de ouro das finanças municipais e foco permanente de conflitos de interesses e de corrupção.”, escreveu esta semana, com inteira propriedade, Manuel Carvalho, no Público.

Hoje, o país está recheado de câmaras municipais endividadas, que reproduzem em miniatura os padecimentos do Estado e da administração central. Os costumes políticos degradaram-se. O clientelismo, a corrupção, o desperdício, a burocracia tomaram conta dos aparelhos administrativos e políticos autárquicos.

A lógica essencial da política autárquica ainda assenta nas construções e obras públicas. Esta lógica tem de ser substituída pela lógica da gestão. De pessoas, de grupos, de recursos. Para isso é necessário descentralizar competências e recursos. Existem bons exemplos de atracção de investimentos, de atracção de empresas, mas são excepções.

E é necessário um novo código de conduta política autárquica. A limitação de mandatos que entrará em vigor nas próximas eleições ajudará. Mas os candidatos bailarinos, que dançam com vários partidos consoante a música eleitoral, os autarcas condenados que reincidem no exercício de novos mandatos, os autarcas suspeitos de beneficiar e prejudicar consoante as vantagens que obtêm, têm de dar lugar a um novo modelo de autarca que restaure a credibilidade perdida.

O país precisa de um poder autárquico forte e credível. Sobretudo em momentos de ruptura social como são os que vivemos, as autarquias têm uma nobre e essencial missão a desempenhar na preservação dos equilíbrios sociais. Mas precisa também de autarcas com uma nova visão estratégica do desenvolvimento. A era do “parque industrial” passou. E, satisfeitas que estão as carências básicas das populações, o poder autárquico ou se reinventa ou se torna uma mera forma de gastar dinheiro dos contribuintes, sem utilidade.

Tudo o que fica dito aplica-se que nem uma luva a Aveiro. É só pôr as legendas com os nomes por baixo de cada frase.

(publicado na edição de hoje do Diário de Aveiro)

01
Out09

DE BRUXELAS À RUA DOS MOINHOS

Jorge Ferreira

Após as eleições para o Parlamento Europeu de 7 de Junho tive ocasião de escrever nas páginas de O Templário que não se podiam construir cenários e previsões para as eleições seguintes a partir dos resultados das eleições europeias. Cada eleição tem um contexto e uma motivação única e irrepetível e o eleitorado, por muito que se possa discordar das suas opções, sabe distinguir a especificidade da cada eleição.

Escrevo o mesmo agora: não se podem tirar conclusões precipitadas das eleições legislativas relativamente às próximas eleições autárquicas. Basta atentar neste facto simples: o PSD ganhou as europeias, o PS ganhou as legislativas, isto para não recorrer a outros dados comparativos que ilustram bem, embora sejam menos relevantes, as diferenças entre os dois sufrágios.

Nas próximas eleições autárquicas os cidadãos farão os seus juízos eleitorais em função das problemáticas locais, tendo em conta a capacidade pessoal e política que julgam ver nos vários candidatos e, apenas secundariamente olharão ao emblema partidário dos candidatos.

Em Tomar, será também assim.

É verdade que nem sempre a opção eleitoral dos cidadãos coincide com os melhores exemplos de virtudes cívicas e políticas. Exemplos destes também não faltam. José Sócrates acaba de ganhar umas eleições. Os italianos elegem e reelegem Berlusconi. Os gondomarenses elegem e reelegem Valentim Loureiro, que descobriu como mais moderno argumento político, depois dos célebres electrodomésticos, a oferta de bilhetes para os concertos de Toni Carreira. Sabe-se de Isaltino de Morais e veremos se não é reeleito já condenado a sete anos de cadeia em primeira instância. Outros candidatos, figurinhas menores de novelas queirosianas, aceitam todos os vexames em troca de um lugarzinho, legitimando a selvajaria política de que muitas vezes eles próprios foram vítimas como método de conquista do poder.

Nada nos garante, pois, à partida que em Tomar não venha a suceder o mesmo, isto é, que os insondáveis desígnios do eleitor optem por escolher quem já, manifesta e exuberantemente deu provas de incapacidade para a responsabilidade de gerir o concelho.

O que tenho por certo é que vale a pena lutar para mudar. Não escondo: votarei no candidato José Lebre e na sua equipa, em quem identifico carácter, competência, sensibilidade e visão para fazer aquilo de que Tomar precisa. Não tem rabos de palha, como costuma dizer o povo. Não é um pau mandado de ex-presidentes ou futuros presidentes, não é testa de ferro de interesses ocultos, não tem terrenos para valorizar e vender à sombra das suas competências como presidente de Câmara, não depende de empregos públicos, nem de interesses privados. Não precisa da Câmara para ser alguém, nem para fazer negócios nem para alcançar uma reforma. Sabe o que diz e sabe fazer o que diz. E já deu provas que quando é preciso sabe enfrentar o poder cara a cara e sem medo.

O projecto que esta semana apresentou para a cidade, o Museu dos Tabuleiros-Parque da Cidade é uma prova disso mesmo. Revela uma visão do futuro que reúne a dimensão cultural, económica e social da cidade.

De Bruxelas à Rua dos Moinhos as eleições podem dar grandes voltas.
 

(publicado na edição de hoje de O Templário)

25
Set09

O COZINHADO SUSPEITO DA COLIGAÇÃO LOUÇÃ/PS

Jorge Ferreira

No dia 9 de Setembro Francisco Louçã afirma publicamente saber que foi Fernando Lima a fonte da notícia do Público sobre as escutas de Belém. No dia 23 de Setembro o Diário de Notícias faz a notícia que todos conhecemos, a qual, aliás, tem eventuais contornos criminais que ainda ninguém analisou. Até agora não vi ninguém perguntar a Louçã como é que soube de Fernando Lima. Será que o Bloco tem alguém a trabalhar no staff de uma certa agência de comunicação, que parece ter mãozinha na tramóia? Será que Louçã achará bem revelar ao país como é que soube? Será que o país não tem direito a saber, antes das eleições, se Francisco Louçã participou nesta tramóia? Ou será que Louçã vai dar "uma" de Cavaco?

 

(publicado no Tomar Partido)

(Foto)

25
Set09

O PROFISSIONAL DO PODER

Jorge Ferreira

Desde que José Sócrates tomou o poder no PS que Portugal não tem tido descanso. Bem avisou António Vitorino, há quatro anos, à porta da sede do PS, para nos irmos “habituando”… Desde então, o homem que dizia que ser ministro “era o seu limite” e que Primeiro-Ministro “jamais” porque não tinha qualidades para tal (onde pára tamanha lucidez?...), tratou de realizar a maior concentração de poder num só homem de que há memória desde o 25 de Abril.

 

O ambiente político do país tornou-se nos últimos quatro anos verdadeiramente irrespirável e desaconselhável a menores de 18 anos. Sócrates concentrou poderes sobre as polícias, Sócrates pressionou e ameaçou jornais, televisões e jornalistas, Sócrates processou jornais, televisões, jornalistas, cronistas como nenhum político até hoje.

 

Durante quatro anos vimos o nome de Sócrates envolvido em sucessivas embrulhadas e suspeições, até hoje não esclarecidas. De uma simples licenciatura até a um complexo licenciamento, o do Freeport de Alcochete, passando por assinaturas em projectos de autoria discutida de casas deprimentes, nada em que tenha mexido parece claro. Evidentemente que esta situação contribuiu para degradar ainda mais a credibilidade das instituições e da política, o que manifestamente não incomoda nada o líder do PS.

 

Quanto à acção governativa o balanço é apenas uma enorme desilusão. As contas públicas estão num fanico, as reformas timidamente ensaiadas ficaram a meio, os empregos não só não foram criados como foram destruídos. O governante Sócrates criou dois países: o verdadeiro e o da propaganda. Os portugueses vivem hoje pior do que viviam há quatro anos. Portugal deve mais dinheiro do que devia há quatro anos. O Estado deve mais dinheiro e gasta mais do que sucedia há quatro anos.  O país produz menos e está por isso mais pobre do que há quatro anos.

 

Mas, ao que parece, Sócrates prepara-se para ganhar as eleições de domingo. Depois de tão estrondosos quatro anos, já é extraordinário ter a possibilidade de as ganhar. Ganhá-las será um verdadeiro feito. Porquê? Pela simples razão de que é um profissional do poder. O deplorável episódio das escutas que dominou a campanha eleitoral mostra bem o grau de amadorismo que tem permitido ao profissionalismo político de Sócrates brilhar. Conseguir pôr Cavaco Silva na lamentável posição de dar uma ajudinha ao PS, quando as sondagens mantinham tudo em aberto é de mestre. Mestre do poder, sempre o poder. E o poder, quando se transforma num fim em si próprio, como é o caso paradigmático de Sócrates faz mal ao país.

 

A oposição talvez mereça este desfecho. Porque em quatro anos não conseguiu construir uma credibilidade nem um programa. Portugal é que mereceria, sem dúvida, muito melhor.

(publicado no Tomar Partido e no Semanário)

 

25
Set09

E, TODAVIA, HÁ UM PAÍS

Jorge Ferreira

No domingo os portugueses farão provavelmente mais um dos seus periódicos exercícios de masoquismo político. É difícil encontrar um lusitano recenseado que não diga mal do estado da Nação, que não desanque nos políticos e nos governantes, que não diga mal da vida e que não tenha um programa eleitoral prontinho a servir, ainda que não passe de uma colagem de ideias vazias. Mas, mesmo assim, os portugueses votam sistematicamente nos mesmos partidos.

 

É verdade que o sistema político está viciado. As leis que os partidos fazem protegem os partidos que as fazem e bloqueiam a renovação política do país. É verdade que o sistema mediático vicia a oferta eleitoral e nessa medida condiciona as opções dos eleitores. É verdade que somos portadores de uma atávica cultura de má língua nos cafés e nas paragens dos autocarros, que miraculosamente se transforma na mais conformista das atitudes no voto. Mas, ainda assim, e dada a dimensão da crise da República, seria de esperar um leve assomo de mudança. Não acontecerá.

 

Na campanha eleitoral que hoje termina, tal como infelizmente se esperava, debateu-se quase nada o país. Tratou-se de uma espécie de Benfica-Sporting sobre as escutas entre Belém e S. Bento que, de caminho, triturou o PSD. O melhor que podia ter acontecido a José Sócrates, depois da crise internacional que serviu às mil maravilhas para disfarçar a crise portuguesa, foi este episódio mal cheiroso, a que Cavaco Silva deu uma contribuição inestimável ao líder do PS.

 

E, todavia, no dia 28 de Setembro, Portugal continuará. Acordaremos com as lamúrias de sempre, com os problemas de sempre, e com a auto-desresponsabilização de sempre, apenas um dia depois de termos votado exactamente nos mesmos a que atribuímos a responsabilidade dos males nacionais.

 

Eu, pelo menos, reservo-me a saudável atitude de excluir a minha cumplicidade com a mediocridade dominante. Votarei no Partido da Nova Democracia. Garanto-vos: sabe bem e não morrerá ninguém. Acresce que, no caso concreto do círculo eleitoral de Aveiro, conheço bem Edgar Jorge, o cabeça de lista, e também vos garanto: fará, se for eleito deputado, muito melhor que a maioria dos que lá estão e dos que se candidatam. E acresce uma qualidade não desprezível: é uma pessoa séria, o que não sendo propriamente uma virtude em que o sistema seja particularmente exigente, é uma garantia para quem confia a gestão do interesse público a um representante.

(publicado no Tomar Partido e no Diário de Aveiro)

16
Set09

VERTIGENS

Jorge Ferreira

O calor dilata os corpos. As campanhas dilatam as ideias. “Portugal só pode ser um país plenamente inserido na Europa quando a Espanha o for, a Ibéria for, a Península Ibérica for um espaço de integração económica e política”, afirmou Luís Amado, por meríssimo acaso o delegado regional dos Negócios externos da Comunidade Autónoma de Lisboa. Já o delegado regional das estradas e pontes, D. Mário Lino, havia ousado sugerir a extinção deste piqueno pormenor burocrático chamado Portugália, há uns anos atrás. Todos iberistas, todos ministros. Que Pátria generosa a minha, que tanto atura com paciência chinesa (chinesa, Dalai Lama, Amado... isto está tudo ligado...).

(publicado no Tomar Partido)

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